Após reunião realizada dia 6, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic), que passou de 10,75% para 11,25% ao ano.
Essa elevação na Selic prejudica mais uma vez os pequenos negócios, que continuam enfrentando uma das maiores taxas de juros do mundo, dificultando o acesso ao crédito por parte dos empreendedores.
Décio Lima, presidente do Sebrae, destacou a dificuldade imposta aos pequenos empresários e mencionou alternativas para mitigar esse impacto. Uma dessas opções é o programa Acredita, que conta com a participação do Sebrae. Em outubro, a entidade e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram a criação de um fundo garantidor que pode mobilizar até R$ 9,4 bilhões em crédito para microempreendedores e pequenos empresários. Além disso, o Sebrae oferece suporte contínuo ao tomador de crédito. Em início de ano, a instituição também lançou o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), que disponibiliza R$ 2 bilhões para possibilitar até R$ 30 bilhões em crédito ao setor nos próximos três anos.
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae, com dados do Banco Central, revela que a taxa média de juros para um microempreendedor individual (MEI) no Brasil é mais de quatro vezes superior à Selic, chegando a 51% ao ano na região Nordeste. De maneira geral, a taxa média para os MEIs é de 44%, enquanto para as microempresas a média é de 42,49%, e para as empresas de pequeno porte (EPP), cerca de 31,54%.
Quando analisados os dados por região, a situação se agrava ainda mais. No Nordeste, a taxa de juros para MEIs é de aproximadamente 51% ao ano, seguida pela Região Norte (47,62%), Sudeste (47,09%), Centro-Oeste (44,41%) e Sul (37,21%).
A Selic
A Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ela serve como referência para as taxas de juros cobradas pelos bancos em empréstimos, financiamentos e outras operações de crédito. A Selic é usada pelo Banco Central para controlar a inflação e influenciar a atividade econômica.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo geralmente é conter a inflação, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo. Quando a Selic é reduzida, o objetivo é estimular a economia, facilitando o acesso ao crédito e incentivando o consumo e o investimento. A Selic tem grande impacto nas finanças do país, afetando desde os juros pagos pelos consumidores até os custos de financiamento do governo.
Fonte: capitalist
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